Minha professora de português pediu para que nós fizéssemos uma redação sobre o lugar em que vivemos, para participar de um tal prêmio aí. Resolvi dar mais ênfase ao local onde uma criança se desenvolve, do que falar da minha cidade, talvez pra não prejudicar a imagem da cidade e a querida professora chega na sala e diz rindo, que a minha redação não tinha "nada a ver". Então está bem, vou falar sobre a minha cidade!
Tubarão é a cidade do inacreditável, coisas sobrenaturais acontecem. Aqui, quando a prefeitura resolve asfaltar e, não recapar, as ruas, sempre acontecem movimentações estranhas pelas noites. É que o povo da cidade, o tal povo "gente boa" brasileiro, resolve sair às ruas com seus carrinhos-de-mão para, digamos, "coletar" os materiais das obras públicas.
Aí é um tal de vizinho correndo com um carrinho-de-mão lotado de areia, outro levando entulho daquela reforma na cozinha que já dura dez anos. É "pelego" correndo com lajota pra colocar na calçada da frente de casa, pra enfim, parar de capinar aquele mato cheio de xixi de vira-lata das ruas, que deveriam estar naquele canil, que nunca sai do papel.
É, pois é. E a minha cidade, na época de eleição, se torna a capital da contabilidade. É nessa época que sai aqueles 50 tijolos do ranchinho, 2 sacas de cimento, 40 telhas, 20 reais, um almoço, uma carona, um computador, dvd e por aí se vai. É quase um Centro de Trocas Mundial tupiniquim (ou World Trace Center, como preferir). E depois nós passamos mais 4 anos vivendo da nossa própria ignorância. Esse texto foi eu que escrevi, descubra o poder que as palavras têm, participe das Olímpiadas de Língua Portuguesa.
