R.I.P

Um homem de infância difícil, obrigado pelo pai a fazer shows e induzido a estar sempre neste mundo de hipocrisia do Show Business, ele não caiu de bicicleta e nem brincou de esconde-esconde com os amigos do bairro. Contra a vontade, iniciou uma carreira junto aos irmãos e logo seu perfeccionismo se destacou: carreira solo. O desejo de retomar a infância trocada pela busca da perfeição o fez criar símbolos da sua excentricidade: plásticas e mansões extravagantes.

Você já deve ter ouvido para curtir a sua vida. Pois é, nem todo o dinheiro do mundo faz o tempo retroceder. Ele tentou ter novamente tudo o que queria, apenas uma vida normal. A fama, o dinheiro e uma legião de fãs idolatrando-o não trariam novamente o abraço dos pais e o desejo de uma boa noite antes de dormir. As mágoas do passado ficariam reclusas na pessoa mais misteriosa que já ouvi falar: Michael Jackson.

A morte de Michael Jackson foi significante para mim, porque não importava o estado emocial que ele estava, nunca transpareceu. Um poço cercado de mistério, onde especulações desmoronavam e o silêncio era a única resposta para todas elas. Pessoas cercadas de mistérios me fascinam. Talvez o grande mistério de Michael não seja pactos e pedofilia, talvez apenas não haja mistério nenhum. Apenas um homem perfeccionista, extravagante, reprimido e, acima de tudo; discreto.